Os arquétipos míticos, ou seja, padrões de comportamento baseados na mitologia, como as deusas gregas, por exemplo, são uma maneira de compreender melhor suas próprias ações e, ao mesmo tempo, se conectar com o lado sagrado do feminino.
A palavra arquétipo foi moldada pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, fundador da psicologia analítica. Em sua tese, Jung defende que existem cinco diferentes níveis de consciência: o “eu” , a “sombra”, o “inconsciente pessoal”, o “inconsciente familiar” e o “inconsciente coletivo”.
O ‘eu’, também chamado de ‘ego’, é a persona que mostramos para o mundo
A ‘sombra’, o que não queremos que ninguém veja
O ‘inconsciente pessoal’, estudado por Sigmund Freud, são as reminiscências que vão ficando arquivadas na nossa psique
O ‘inconsciente familiar’ esse aprendizado que vem da influência familiar
O ‘inconsciente coletivo’ é como um ‘rio que corre dentro da gente’, explica Jung.
Os arquétipos das deusas gregas estão, portanto, no inconsciente coletivo, pois são memórias ancestrais que fazem parte da vivência e cultura de toda a humanidade.
Deusas não-vulneráveis
Chamamos de não-vulneráveis aquelas que não precisam de relacionamento para se sentirem felizes, ou seja, são muito mais autônomas:
Héstia: É a deusa da chama sagrada e representante do templo sagrado. Na Grécia antiga, ela era o símbolo do lar – tanto que, muitas vezes, é representada apenas por uma chama.
É um arquétipo que não está muito preocupado com o que vai representar para o mundo, mas é muito conectada com a interioridade, com momentos de relaxamento, reflexão, introspecção, cuidar de si e da casa. É aquela que nos facilita buscar pela paz interior – algo extremamente necessário para lidar com o mundo externo.
O lado sombrio de Héstia é visto quando a deusa fica excessivamente reclusa e se torna uma pessoa com pouca vivência social, muitas vezes isolada, o também prejudica sua vivência no mundo.
Atenas: É a deusa da sabedoria e do conhecimento
Deusa da sabedoria e do conhecimento, Atenas é filha de Métis e nasceu da cabeça de Zeus. Ela é aquela que detém o conhecimento profundo e foi considerada a mente brilhante dos planejamentos estratégicos no Olimpo.
Isso significa que ela é uma deusa que traz a expansão racional, intelectual e da reflexão, mas para que se torne útil e construtiva, é preciso também trazer a característica da sensibilidade.
É uma deusa que transita muito bem no mundo dos homens e é bastante racional, sensível, perceptiva, lógica – o que facilita que seus projetos sejam vitoriosos. Porém, quando fica excessivamente polarizada nesse racionalismo radical, ela nega o corpo e foca apenas na cabeça, se tornando muito rígida e perdendo essa sensibilidade.
Ártemis: Deusa da caça, é muito conectada com a natureza e com a liberdade de ser. A deusa é solidária e amiga, mas não gosta de controle e é ressentida com toda a repressão do patriarcado, o que também a faz ser impulsiva. Então, quando se desestabiliza, ela se torna briguenta, competitiva, raivosa. É um arquétipo bastante interessante e necessário, mas que necessita de todo um processo de cuidado.
Deusas vulneráveis
As deusas consideradas vulneráveis são aquelas que, de alguma forma, vivem sofrimentos mais peculiares ao se envolver em relacionamentos:
Hera: Deusa do matrimônio sagrado, foi uma das mulheres de Zeus e a única que conseguiu ficar casada com ele. Porém, ela viveu uma experiência de amor e dor intensa por causa das traições do marido.
Ela é a rainha do Olimpo, muito bonita, proativa, parceira e leal ao marido, mas deixou a própria vida de lado para viver a vida dele. Assim, ela cobra essa fidelidade também dele, mas acaba se tornando amarga, sofrida e de alguma forma ferida quando não encontra. Este arquétipo se relaciona bastante às feridas vividas nos relacionamentos. Hera precisa resgatar sua autonomia e seu poder criativo para que se torne menos dependente dessa condição do outro trazer a felicidade para ela. É uma revisão, ressignificação que buscamos realizar através desses mitos.
Deméter e Perséfone:
Deméter é a deusa mãe, dos cereais, da nutrição e do cuidado com os filhos. Ela cuida, nutre, protege, está sempre acompanhada por crianças, cuidado de algo ou de alguém.
No mito, Deméter é mãe de Perséfone, deusa das estações, flores, frutos e fertilidade. A deusa filha foi criada de uma forma singular, com muito amor, mas também superproteção. Representa as estações e grandes mudanças.
Quando Perséfone é sequestrada por Hades, deus do submundo, ela se torna rainha do inferno e passa por um processo de amadurecimento. É um arquétipo que traz experiências que podemos projetar no nosso processo de viver, por que quem nunca viveu uma experiência de ser ‘sequestrada’ por uma dor, um sofrimento?
Afrodite: Deusa do amor e da beleza, ama amar. Ela é alegre, traz um erotismo natural da sua essência e busca o prazer em tudo que vive e faz. Seu lado sombrio é manifestado exatamente por essa entrega ao amor. Isso faz com que ela não tenha muitas regras em relação aos limites de como viver isso e, às vezes, nesse espaço de ‘não limites’, pode entrar em um lugar de vulgaridade.
Todas as pessoas têm essas energias, mas alguns polarizam mais uns do que outros e é nessa ‘mesa redonda’ que precisamos refletir sobre nossas possibilidades, limites e escolhas profundas.
O lado de luz precisa ser potencializado e expandido, mas ao contrário do que muita gente pensa, o sombrio não deve ser descartado. Precisamos entender a sombra para compreender que aquela aquela vulnerabilidade existe e, como explica Jung, sair da sombra patológica para uma sombra ‘normal’ – de um comportamento danoso para um que, de alguma forma, nos deixa mais coerentes com que faz sentido para nossa vida.
Afrodite é uma divindade da Lua Cheia, a qual sustenta e nutre a vida. Seus poderes são maduros, cheios de vida e poderosos, mas ela também protege ferrenhamente tudo aquilo que cria. Por simbolizar o amor e a fertilidade, seus símbolos são as vacas, cervos, cabras, ovelhas, pombas e abelhas.
A Deusa presidia ainda, os casamentos, os nascimentos, mas particularmente à galanteria.
Afrodite e a Linguagem das Flores
As flores sempre foram associadas a todas as deusas do amor e beleza, pois elas representam a sexualidade da natureza. A associação simbólica das flores e os órgãos sexuais de uma mulher está em sua natureza delicada, na maneira pela qual brota, floresce e abre-se, fazendo-se vulnerável para a polinização e fertilização com outras. É exatamente este o motivo pelo qual as flores são o presente mais comum ofertado entre amantes, pois simboliza a beleza da sexualidade humana.
As principais flores associadas com Afrodite são: a rosa vermelha, o jasmim, a orquídea, papoulas e o hibisco.
Arquétipo da Sensualidade
Quando nos apaixonamos por alguém e somos correspondidos, obtemos a personificação do arquétipo de Afrodite. Incorporando um corpo mortal, a deusa do amor se sente atraente e sensual, tornando-se desse modo, irresistível.
Quando Afrodite está ativa e presente em nosso íntimo, um magnetismo pessoal nos induz a caminhar em um campo eroticamente carregado de intensa percepção sexual. Nos tornamos mais "quentes", atraentes e vibrantes. Há uma magia no ar e um estado de encantamento e louca paixão é evocado.
É a energia sutil de Afrodite que nos faz ver o mundo não como algo codificado, mas sim, se apresentando com uma fisionomia, um rosto, revelando sua imagem interior. É só através dos olhos de Afrodite que vislumbramos o mundo nas suas diversas e infindáveis cores, cheiros, sabores, sons...
Perder esta Deusa é morrer no deserto árido, seco, sem cor, sem vida. Afrodite é uma necessidade imperativa.
Antes de amar alguém ou algo, deve se amar primeiro. O espaço que damos aos outros depende do espaço que dedicamos a nós.
Hoje, a totalidade para você significa ter espaço e paciência para você mesmo(a) e depois, sim, estender a outros aspectos da sua vida.
Afrodite em Nossas Vidas
Afrodite é a Deusa das pombas, dos cisnes, das rosas, das maçãs e de todas as coisas graciosas e criativas. Você está passando por algum trauma momentâneo? Ou você não se considera bonito(a) o bastante? Afrodite nos fará recuperar o respeito próprio e aprenderemos a nos aceitar como realmente somos. Toda pessoa que deseja buscar a consciência perdida de Afrodite precisa começar a amar e acalentar o seu corpo, tal como ele é. E o mesmo vale para os homens, que além disso também precisam parar de comparar toda mulher com o retrato interior imaginário e inatingível que trazem dentro de si.
O primeiro passo para explorar este domínio perdido é através da dança. Dance em sua casa ou saia para dançar, este é um dos melhores remédios para nos aceitarmos e nos conhecermos melhor. Quando estamos em harmonia com nosso corpo um grande milagre se opera: começamos a sentir verdadeiramente. Há uma espécie de derretimento de defesas interiores e uma abertura se concretiza, liberando uma sensibilidade à disposições e atmosferas mais sutis.
Afrodite nos presenteará com um carisma magnético que nos permitirá expressar-nos por inteiro.
REPRESENTA: Água (amor-próprio)
AROMAS: Angélica
COR: Rosa
PEDRA: Quartzo Rosa e quartzo verde
MANTRA: “ESTOU MELHORANDO E PROGREDINDO A CADA DIA!”
BANHO RITUAL
Uma das conexões com a deusa Afrodite é através de um simples banho. Recordando seu mito de nascimento, onde ela surgiu da espumas do mar, você pode praticar este ritual numa praia, rio, na banheira e até no chuveiro.
Primeiramente, em honra a deusa Afrodite, adorne seu quarto com rosas vermelhas e acenda incenso deste mesmo aroma.
Inicie seu dia com um prazeroso banho. Se puder, polvilhando-o com pétalas de rosas vermelhas, declarando mentalmente toda a sua paixão e desejo. Comece então molhando seu cabelo. Deixe ou faça a água gotejar sobre seu corpo. Sinta-se e diga que é tão atraente quanto Afrodite. Permaneça um bom tempo neste tipo de pensamento, depois enxugue-se.
A seguir faça uma delicada massagem facial-corporal com óleo de essência de rosas (pode adicionar essência de rosas a óleo de amêndoas). Deste modo, liberará todas as suas tensões e o odor de rosas exalará invocando assim todos os seus efeitos afrodisíacos.
Coloque sua melhor roupa e saia para comprar um presente para a sua pessoa amada, ou, na falta de uma, para você mesmo(a). Neste caso, busque roupas e acessórios que você nunca teve coragem de usar antes. INOVE!
Escolha algo que lhe deixe atrevidamente sensual. À noite, vista-o e saia para badalar. Talvez seja hoje o dia que Afrodite lhe trará uma pessoa especial.
CRISTAL DE AMOR DE AFRODITE
Este sortilégio de amor, simples mas eficiente, usa um quartzo rosa, pedra de Afrodite.
Pegue o seu cristal e banhe-o em solução de água com sal marinho. Em seguida embrulhe-o em pano branco até a hora de realizar o sortilégio. Deste modo, limpará e neutralizará todas as energias indesejáveis.
Então pegue o cristal e carregue-o segurando-o em sua mão, para impregná-lo de sua energia e absorver a dele. Neste momento, solicite os poderes da Deusa Afrodite e que ela lhe traga a pessoa que seja correta e destinada para você.
Coloque o cristal em uma bolsinha de cetim vermelha, cobre ou verde. Se você mesmo(a) o fizer, terá mais poder. Deve atar os quatro cantos do tecido unindo-os com um cordão da mesma cor, e mante-lo sempre junto ao corpo.