O culto a Afrodite era sem dúvida de origem oriental, e provavelmente introduzido da Síria nas ilhas de Chipre, Citera e outras, de onde se espalhou por toda a Grécia. Diz-se que foi trazido para a Síria da Assíria. Afrodite parece ter sido originalmente idêntica a Astarte, chamada pelos hebreus Astarote, e sua conexão com Adônis aponta claramente para a Síria. Mas, com exceção de Corinto, onde o culto a Afrodite tinha eminentemente um caráter asiático, todo o culto a essa deusa e todas as idéias sobre sua natureza e caráter são tão inteiramente gregas que sua introdução na Grécia deve ser atribuída ao mais antigo período. Os elementos foram derivados do Oriente, mas o desenvolvimento peculiar pertence à Grécia.
Seu festival principal, Afrodisia, era celebrado por toda a Grécia, durante o mês de Hekatombaion, a terceira semana de junho a terceira semana de julho no calendário gregoriano. Fontes textuais mencionam explicitamente o festival em Corinto e em Atenas, onde as muitas prostitutas da cidade comemoravam o festival como forma de adorar a sua deusa padroeira.
Um famoso templo de Afrodite estava no cume de Corinto na Era Clássica (antes da destruição romana da cidade em 146 a.C.). Diz-se que abrigou 1.000 prostitutas sagradas que exerceriam sua profissão na cidade abaixo. Corinto era uma cidade que atendia marinheiros e vendedores ambulantes. Mesmo na Era Clássica, ganhou uma reputação desagradável por sua atmosfera libertina. O nome "Corinto" tornou-se sinônimo de imoralidade. Após o desembarque nas docas de Corinto, os marinheiros aparentemente subiam os milhares de degraus até o topo de um impressionante penhasco de rocha chamado Acrocorinto, que oferecia vistas de 360 graus do Mediterrâneo cintilante. Lá sob as colunas de mármore do Templo de Afrodite, dentro de cujos limites cheios de incenso, à luz de velas, inúmeras hierodulas (sacerdotisas ou escravas sagradas) entregavam-se aos visitantes numa prostituição sagrada, reunindo fundos para sua deusa. Toda criança gerada através dessas relações pertencia ao templo.
Essa divindade do prazer pelo prazer é, antes de tudo, a deusa das "sementes", da vegetação. Por tal razão, as sacerdotisas entregavam-se aos visitantes, com o objetivo de promover e provocar a vegetação, e de arrecadar dinheiro para os próprios templos de Afrodite.
As hierodulas carregavam em si o prazer, a espiritualidade e a paixão, características marcantes da Deusa. Dividiam-se em dois grupos: as feiticeiras, que ajudavam as pessoas e iniciavam novas sacerdotisas, e as prostitutas, mulheres que iniciavam o jovem rapaz na vida sexual, e levavam o prazer aos homens para levar fundos aos templos da Deusa. A sua essência era o amor e sexo.
Todas as noites elas saíam às ruas em alegres cortejos e procissões rituais; se pedia às hierodulas que dirigissem preces públicas a Afrodite.
O poder transformador da sexualidade
Afrodite representa a “força de vida cósmica, associados especialmente com o poder de transformação de sexualidade.” É evidente que esse poder tem seu lado cruel e a mitologia grega frequentemente associa Afrodite "não ao amor humano em geral, mas ao seu lado mais sombrio: estupro, adultério e incesto". Muitas vozes não gostam de discutir o lado sombrio da deusa, mas cada deidade (como nós) carrega aspectos das trevas, assim como a luz e como uma força cósmica de transformação através da sexualidade, os aspectos das sombras também devem ser experimentados como a luz. Para muitos, porém, a sexualidade desenfreada de Afrodite significa ideais elevados, como libertação e renovação, energia e poder, êxtase e unidade, tanto com os outros como com o divino.
“Os rituais de amor e prazer de Afrodite são os atos que conectam os planos interno e externo ... devemos realmente dançar, cantar, festejar, fazer música e amar em Sua honra. É com nossos corpos que a adoramos, e através de nossos corpos que Ela nos abençoa. Por esses rituais terrenos, as falsas divisões entre corpo e espírito, entre mente e natureza, são curadas. Encontramos o Sagrado dentro de nós e todas as coisas, dentro de nossa linda e viva Mãe Terra. ” -Judy Harrow em Gnose
Como uma deusa cujos templos estavam cheios de prostitutas sagradas, Afrodite nos lembra os poderes transformadores da sexualidade. Chame-a quando precisar dos seus sedutores poderes de tentação e paixão desenfreada que podem te transformar em uma deusa sexual.
O templo na Acrópole de Corinto não foi reconstruído quando a cidade foi restabelecida sob o domínio romano em 44 a.C., mas os rituais de fertilidade provavelmente continuaram na principal cidade perto da ágora. A prática era uma parte inerente dos rituais devidos aos antepassados de Afrodite no Oriente, a sumeriana Inanna e acadiana Ishtar, em cujo templo as sacerdotisas eram as "mulheres de Ishtar", ishtaritum.
A prática tem sido documentada na Babilônia, Síria e Palestina, nas cidades fenícias e nos centros de culto a Afrodite na Grécia, em Chipre, Citera, Corinto e na Sicília; a prática, porém, não é atestada em Atenas. Por causa da prostituição sagrada, Afrodite era vista em toda parte como a deusa padroeira da cortesã.
Em Atenas, um dos epítetos da deusa era Hetaíra, "companheira, amantes, cortesã, concubina", abstração feita de qualquer conotação de prostituta. Tal epíteto certamente se deve a um outro de Afrodite, a Pandêmia.
Afrodite é o símbolo das forças irrefreáveis da fecundidade, não propriamente em seus frutos, mas em função do desejo ardente que essas mesmas forças irresistíveis ateiam nas entranhas de todas as criaturas. Eis aí o motivo por que a deusa é freqüentemente representada entre animais ferozes, que a escoltam.
Safo, poetisa lésbica da Grécia Antiga, se referia a Afrodite como sua protetora, o que fez alguns autores verem que Afrodite também poderia ser vista como padroeira das lésbicas, porém isso é algo difícil de determinar, porque existem poucos relatos de homossexualidade feminina na sociedade grega, que era relegada à obscuridade, diferentemente da homossexualidade masculina. Afrodite era vista como a padroeira dos homens homossexuais: seus filhos, Os Erotes, eram símbolos do homoerotismo e protegiam o amor gay, e Platão cita Afrodite Urânia como sendo a deusa do amor divino e amor homossexual.
Durante os festivais de primavera dedicado a Afrodite e Adônis, procissões separadas de homens e mulheres caminhavam ao longo da Via Sacra de Nova Pafos para o santuário de Afrodite em Velha Pafos, onde haviam jogos e concursos de música e poesia. Esta tradição sobrevive (exceto a prostituição) no moderno festival de primavera, Antistíria (Anthistiria), que é especialmente popular em Ctíma Pafos. O santuário de Afrodite em Velha Pafos continuou a florescer na época romana. Vários imperadores romanos honraram-no, sendo visitado por Tito em 69 d.C., quando o futuro imperador estava em seu caminho para o Egito. Ele consultou o oráculo de Afrodite, que afirmou que ele teria um grande futuro. O santuário foi reconstruído pelos romanos após o terremoto de 76 ou 77 d.C., em um projeto que preservou a arquitetura oriental original. O culto de Afrodite sobreviveu em Velha Pafos até o século IV, quando o imperador Teodósio proibiu o paganismo. Não se sabe quando o culto de Afrodite foi suprimido ou se a população local resistiu à proibição.
As Prostitutas Sagradas
Existiu um tempo na história da humanidade em que a divindade era feminina, era a Deusa. Força maior que se assemelhava à Mãe Natureza, que gera, pare e nutre, com o poder do nascimento, da morte e do renascimento. A mulher era a figura associada a essa grande força, com os seus ciclos de vida que se igualavam aos ciclos da lua, bem como o seu ciclo menstrual seguindo as fases lunares. Então, antes das lutas pelo domínio das terras, a força divina era a figura feminina, a Deusa, a grande Mãe. Nessa época, a sexualidade era sagrada. Dentro desse contexto sagrado da sexualidade, havia a Deusa do Amor, cultuada em suas formas femininas. No seu templo onde era cultuada, existiam as sacerdotisas que a Ela serviam. Eram mulheres virgens, na acepção da palavra, ou seja, mulheres que ainda não tinham tido filhos. As sacerdotisas serviam a Deusa acolhendo todos que procuravam o templo para serem abençoados por Ela. Eram as sacerdotisas quem cuidavam dos homens que chegavam ao templo, como se fossem seus amantes, maridos, dando-lhes aconchego, roupas limpas, servindo-lhes deliciosos e fartos banquetes regados a vinho. Esses homens eram envolvidos pela sedução das sacerdotisas, que dançavam para eles, que as envolviam em seus corpos e fazia-lhes amor. Depois desse acolhimento, esses homens deixavam o templo com a certeza de que o ano e suas colheitas seriam abençoados. As sacerdotisas voltavam para suas vidas cotidianas, e por terem servido à Deusa suas vida seriam igualmente abençoadas. Elas, possivelmente, viriam a se casar, ter filhos e seguirem o ciclo da Mãe Natureza, se esse fosse o desejo delas. Era uma honra servir à Deusa! Essas sacerdotisas ficaram conhecidas como as Prostitutas Sagradas, pois o ato sexual praticado com um estranho não tinha, naquele tempo, conotação profana. Com as guerras, o templo foi destruído e os dominadores distorceram esses rituais, passando as mulheres a se "deitarem" com estranhos que lhes pagavam para com elas terem momentos de prazer.
JARRO DE AFRODITE
1 jarro vermelho com alças, areia de praia, 7 moedas de cobre, 7 búzios abertos, 7 imãs, 6 conchinhas, 1 concha grande, 1 pedra do mar, 1 estrela do mar, 7 metros de fita vermelha, JOIAS, PERFUME, ESPELHO, OURO, PRATA, pó de flor amor perfeito, pó de sete rosas vermelhas, pó de sete cravos vermelhos, pó de casca de maçã, PÓ DE UNIÃO, PÓ RECOLHIDO EM IGREJA, MOTEL E BORDEL, PÓ DE PAIXÃO, PÓ DE SEDUÇÃO, OSUN, PÓ DE ARIDÃ, PÓ DE COBRE, PÓ DE OURO, CANELA EM PAU, CRAVO DA ÍNDIA, FAVA DO AMOR, FAVA DA UNIÃO, FAVA DA PAIXÃO, FAVA DE AMARRAÇÃO, FAVA DE POMBAGIRA, FAVA DE EXÚ, GARRA DE EXÚ, PÓ DAS FOLHAS DE BEM ME QUER, AGARRADINHO.